EM CASA, NO ZOO

At Home at the Zoo é uma peça de Edward Albee que adiciona um primeiro ato à peça de 1959 – The Zoo Story. Este primeiro ato, também chamado Homelife, gira em torno do casamento de Peter e Ann e termina com a saída de Peter para ler um livro no Central Park.
Jerry e Peter encontram-se no Central Parque num banco de jardim e vão iniciar um diálogo que revelará a verdade mais profunda das suas vidas. Peter é um homem casado, vimo-lo em Homelife, com a sua mulher Ann, as suas duas filhas, duas televisões, dois gatos, dois periquitos, o seu zoológico privado.
Trabalha numa editora e tem uma vida estável. É o burguês de classe média, feliz com a prosperidade da sua vida sem preocupações existenciais, vive dentro dos padrões pré-estabelecidos pela sociedade. Peter é a própria personificação do self-made man enjaulado nos ideais e nos valores burgueses da vida.
Jerry é solteiro, vive sozinho, não tem família e tem uma vida totalmente desestruturada. Não se insere nos padrões socialmente determinados talvez por isso possua uma capacidade reflexiva extremamente aguçada, crítico dos valores da sociedade e da moral burguesa.
O microcosmos familiar de Peter e a fauna humana de Jerry representam o macrocosmos que é a própria sociedade. Uma sociedade inibidora, coerciva do pensamento crítico e reflexivo que reduz as pessoas a meros autómatos presos em jaulas, como num jardim zoológico onde as suas forças vitais instintivas devem ser aprisionadas para a manutenção de uma sociedade dita organizada.

Ficha Técnica e Artística
Texto: Edward Albee | Tradução: Graça Margarido e Mick Greer | Encenação: Jorge Silva | Interpretação: Duarte Grilo, Patrícia André, Simon Frankel | Cenografia: Rui Francisco | Figurinos: Maria Luiz | Desenho de Luz: Tasso Adamopoulos | Design Gráfico: João Rodrigues | Fotografia de Cena: José Frade | Fotografia Ensaio: Duarte Grilo | Consultoria de Comunicação / Assessoria de Imprensa: Sofia Peralta | Direção de Produção: Daniela Sampaio | Assistência à Encenação: Lune Nunes | Assistência de Cenografia: Dora Salles | Construção Cenográfica: JSVC Decor | Operação Técnica: Mafalda Oliveira e Tasso Adamopoulos | Produção: Teatro dos Aloés 2022 | M/16

Estreia
23 de março de 2022 nos Recreios da Amadora

Locais de Apresentação
Recreios da Amadora, Festival de Almada

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA

O actor no lugar do contador de estórias que se deixa levar pelas personagens que evoca. Resistimos à tentação de recriar as personagens e os lugares. Quisemos contar esta história, evocar as personagens, mas manter intacto o seu carácter narrativo – é um livro que está a ser lido, que quer ser lido, e como todo o bom contador de estórias, o narrador vai assumindo, aqui e ali, a voz e o carácter de uma e de outra personagem e porque já o repetiu vezes sem conta, sabe de cor aquelas palavras, ou seja: no coração.
Sendo um dos livros juvenis mais lidos desde há várias gerações, cada leitor guarda para si as imagens criadas pela sua imaginação
Procurámos não “perturbar” esse imaginário, mas evocar a vibração contida na narrativa e é essa vibração que é partilhada com o público.

Ficha Artística e Técnica

Autor: José Mauro de Vasconcelos | Encenação: Elsa Valentim | Interpretação: Graciano Amorim, Jorge Silva, José Peixoto e Sara Azevedo | Direção de Arte João Rodrigues | Desenho de Luz João Silva e Rafael Ribeiro | Música Rui Rebelo | Animação Patrícia Santos | Assistência de Encenação Sara Azevedo | Operação Técnica Gi Carvalho e Sandro Esperança | Produção Teatro dos Aloés 2022 | M/12

Estreia
22 de junho de 2022 nos Recreios da Amadora

Locais de Apresentação
Recreios da Amadora, Forum Romeu Correia, Teatro Lethes, Teatro Municipal de Almada, Teatro do Bairro, Cineteatro D. João V

AS PALAVRAS ESCONDIDAS

A Peça de Teatro As Palavras Escondidas (I. Os Piratas Naufragados) nasce do Projeto de Intervenção Social e Artística homónimo, coordenado pela autora Ana Lázaro, que estabelece um Movimento de aproximação a Comunidades de contextos sociais vulneráveis (neste caso, decorreu em Bairros da periferia de Lisboa) com o intuito de desenvolver um Processo de Criação Artística e de combate à Iliteracia. Durante alguns meses crianças e Jovens são convidados a explorar o potencial das Palavras, e em concreto das Palavras escritas, enquanto motor de descoberta e expressão dos seus pensamentos, emoções, ideias e biografias em construção. Parte ainda da vontade de fomentar o uso das Palavras como ferramentas de diálogo, debate e pensamento crítico e portanto, enquanto elemento de capacitação para a democracia e para a liberdade de escolha e ação, procurando repensar uma forma de combater o empobrecimento da linguagem tantas vezes diagnosticado nas gerações mais novas.

A Pesquisa para o Espetáculo AS PALAVRAS ESCONDIDAS realizou-se no primeiro semestre de 2022 com Grupos de Jovens moradores do Bairro das Galinheiras, Ameixoeira e Torrinha – através do Centro de Desenvolvimento Comunitário da Ameixoeira Santa Casa da Misericórdia – Unidade da Alta; e com Jovens da Associação Lugar Comum (Bairro da Cruz Vermelha). Aconteceu assim: reunimos dois grupos de Jovens entre os 12 e os 20 anos. Cada participante convidado a entrar na pesquisa d’AS PALAVRAS ESCONDIDAS recebia um caderninho: uma espécie de diário de bordo, onde anotariam as palavras durante os meses em que estaríamos juntos. Encontrámo-nos todos os sábados pela manhã sempre no mesmo espaço. A ideia era ir à caça das Palavras escondidas. Como exploradores, como descobridores…

Percebi que para encontrar Palavras frequentemente partíamos do silêncio, da música, do corpo, da dança, e do jogo. E então as Palavras, escondidas às vezes abafadas em cantinhos do corpo, começavam a emergir… Para este processo contei com o apoio e talento da Rita Lagarto, da Alice Medeiros e do Rafael Barreto, que me ajudaram, através das suas intervenções, a encontrar as coordenadas do caminho.

Fomos crescendo em palavras, e quase parecíamos uma ilha entre um mar de mensagens escritas.

As Palavras que os participantes nos devolveram derramaram e ultrapassaram o mapa, os planos, aquele lugar… Criaram novos trilhos, inverteram olhares, os nossos e os deles, escavaram novos mundos aéreos e em profundidade, inventaram realidades que nos levaram mais longe do que imaginei.

Tomei a liberdade de tomar as Palavras deles como minhas, de as refazer no meu próprio corpo, de reinventar as histórias, de imaginar outras, e de escrever sobre a experiência do encontro, para além de escrever sobre as narrativas que apareceram. E por ter habitado estas Palavras, eu também mudei. “Quando dei por mim… estava a bordo de um Barco de Piratas Naufragados”. Nunca esquecerei os momentos em que navegámos juntos. E como num nó de marinheiro, sinto-me ligada a cada um deles, dos participantes, dos “piratas-naufragados” com amor e admiração…

Ana Lázaro


Ficha Artística e Técnica
Criação e encenação do projeto: Ana Lázaro | Interpretação: Elsa Valentim, Jorge Silva, José Peixoto, Nelma Santos, Rita Lagarto e Rafael Barreto | Desenho de Luz: Hugo Franco | Espaço cénico: João Rodrigues | Confeção de Figurinos: Celina Banza | Fotografia de Cena: André Pinto de Sousa | Teaser Promocional: José Ricardo Lopes | Direção de Produção: Daniela Sampaio | Consultoria de Comunicação/Assessoria de Imprensa: Sofia Peralta | Assistente de Cena: Mafalda Evaristo | Produção: Teatro dos Aloés 2022 | M/6

Estreia
23 de novembro de 2022 nos Recreios da Amadora

Locais de Apresentação
Recreios da Amadora