Associação Cultural Teatro dos Aloés
Razão de um nome
Em 1996 o Teatro da Malaposta, onde a equipa fundadora do TdA trabalhava, levou à cena o magnifico texto Uma Lição dos Aloés do autor sul-africano, Athol Fugard, que falava da amizade, da confiança nos outros, da resistência na luta em defesa de ideais, da beleza da poesia e da arte que fazem dos homens seres superiores e felizes, da força das ideias, da crença no progresso da humanidade.
Aprendemos em Uma Lição dos Aloés, como é possível resistir em condições adversas e vencer o medo, a suspeição e a intriga quando é bem clara a utopia que queremos concretizar.
Aprendemos como essa fabulosa planta do deserto resiste à seca durante anos e anos, alimentando-se apenas da luz, e como é capaz de florir às primeiras gotas de água.
Inspirados e identificados com este texto, foi criada em 2000 a Associação Cultural Teatro dos Aloés, que em 2001 iniciou oficialmente a sua atividade na Amadora.
Fazer teatro para nós significa contribuir para um esclarecido exercício da cidadania, a elevação moral e espiritual e o desenvolvimento cultural das populações para quem trabalhamos.
Pensamos o teatro como o lugar indicado para a reflexão coletiva, o lugar onde é possível aos atores oferecer a sua própria reflexão a um grupo de pessoas interessadas e representativas do todo social, como o lugar próprio para levantar questões e partilhar problemas. O facto de gente viva representar diante de gente viva, expressando-se com os mesmos meios que são os de toda a gente, podendo a sala e a cena trocar de funções a qualquer momento, dá ao teatro o privilégio da comunicabilidade e da identificação.
A programação do TdA conta já com mais de 60 produções, caracterizando-se pela heterogeneidade, incluindo autores clássicos e modernos, levando à cena tanto textos teatrais como adaptações de obras não teatrais e desenvolvendo pesquisa e investigação para a criação de textos inéditos.
Ao longo destes anos tem sido apresentadas criações de diversos autores, algumas originais encomendadas e outras inéditas em Portugal, destacando-se os seguintes autores nacionais: Camões, Ana Lazaro , Carlos J. Pessoa, José Peixoto, Maria João Cruz e Mário de Carvalho; e diversos autores internacionais: Athol Fugard, Bernard- Marie Koltès, Brian Friel, Carlo Goldoni, Conor McPherson, David Harrower, David Mamet, Hugo Claus, Jean-Claude Grumberg, JeanPierre Siméon, Lars Norén, Léandre-Alain Baker, Luigi Lunari, Marivaux; M´Hamed Bengettaf, Paul Auster, Pau Miró, Sean O´Casey, Spiro Scimone, Tankred Dorst, A. Tchekhov entre outros.
Complementarmente, têm sido desenvolvidas ações de promoção e integração da TdA na comunidade, com atividades criadas propositadamente para os públicos da Amadora, de forma a cimentar o envolvimento da população. Organiza cursos e uma mostra de teatro Amadora Mostra, onde jovens criadores mostram os seus projetos, cria espetáculos com textos do Plano Nacional de Leitura, para aproximação a um publico juvenil e uma relação estreita com a comunidade escolar.
Desde 2001, têm sido efetuadas coproduções com outras companhias independentes: Teatro Meridional, CTA, Teatro da Rainha, CTB, ACTA, entre outros; assim como, com os teatros nacionais TNDM II e TNSJ.
Regularmente, são efetuadas circulações por todo o país, assim como circulações e cooperações internacionais garantindo uma intervenção e divulgação nacional e internacional da atividade desenvolvida.
Em 2008 a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro distinguiu a interprete Carla Galvão na produção do Teatro dos Aloés Canção do Vale, e em 2012 distinguiu o TdA com Menção Especial por Os Juramentos Indiscretos de Marivaux, uma coprodução com o TNSJ.
Em 2021, o TdA recebeu a medalha da Câmara Municipal da Amadora como reconhecimento da atividade desenvolvida.